Postagem original, em 03.03.2014
Considerações
sobre o caminho do Amor – II,
o amor
conceitual
Como podemos pretender nos dirigir a algum
lugar/destino,
se nem ao menos sabemos em que direção ele
está,
sem saber se é “ao norte ou ao sul” que devo me
direcionar,
considerando-me, pela soberba ou
porque assim foi dito,
já no caminho devido?
“... Se
desejais “Ascensão”, buscai, em primeira instância,
“não amar” a
vossa própria ilusão de que “Amais”!...”
-Mestra Nada-
Não conhecemos
o amor
Nosso problema é, não é,
que nossas vidas são vazias, e não conhecemos o amor;
conhecemos sensações, conhecemos publicidade,
conhecemos demandas sexuais,
mas não existe amor.
E como este vazio vai ser transformado,
como a pessoa vai encontrar essa chama sem fumaça?
Certamente, essa é a questão, não é?
-J. Krishnamurti, On love and loneliness, First Talk in Bombay 1950-
Sim!..., é necessário, antes de darmos (ou
continuarmos a dar) passos a esmo,
que reconheçamos nossa localização/estado para
produzirmos nossos esforços (passos), no rumo
devido.
Uma coisa da mente
O que chamamos amor é uma coisa da mente.
Olhem para vocês mesmos, senhores e senhoras,
e verão que o que estou dizendo é obviamente verdadeiro;
de outro modo, nossas vidas, nosso casamento, nossas
relações,
seriam inteiramente diferentes, teríamos uma nova sociedade.
Nós nos unimos a outra pessoa, não através de fusão,
mas através de contrato,
que é chamado amor, casamento.
O amor não se funde, se ajusta;
ele não é pessoal nem impessoal,
é um estado de ser.
O homem que deseja se fundir com uma coisa maior,
se unir com outro,
está evitando a miséria, a confusão;
mas a mente está ainda separada, que é desintegrada.
O amor não conhece fusão nem difusão,
não é pessoal nem impessoal,
é um estado de ser que a mente não pode encontrar;
ela pode descrevê-lo, lhe dar um nome, um termo,
mas a palavra, a descrição, não é amor.
Só quando a mente está quieta ela pode conhecer o amor,
e esse estado de quietude não é uma coisa a ser cultivada.
-J. Krishnamurti, The Book of Life-
Na obrigação
não existe amor
O amor tem responsabilidade e obrigação, e usará essas
palavras?
Quando você faz alguma coisa por obrigação existe amor nela?
Na obrigação não existe amor.
A estrutura da obrigação na qual o ser humano está preso
está destruindo-o.
Enquanto você for compelido a fazer alguma coisa porque é
sua obrigação,
você não ama o que está fazendo.
Quando existe amor,
não existe obrigação nem
responsabilidade.
Muitos pais infelizmente pensam que são responsáveis por
seus filhos
e seu senso de responsabilidade toma a forma de dizer a eles
o que deveriam fazer e o que não deveriam fazer,
o que deveriam tornar-se e o que não deveriam tornar-se.
Os pais querem que seus filhos tenham uma posição segura na
sociedade.
O que eles chamam de responsabilidade é parte daquela
respeitabilidade que eles adoram;
e me parece que onde há respeitabilidade não há ordem;
eles estão preocupados apenas em se tornarem um perfeito
burguês.
Quando preparam seus filhos para se encaixarem na sociedade estão
perpetuando a guerra, o conflito e a brutalidade.
Você chama isso de cuidado e amor?
J. Krishnamurti, Freedom
from the Known Chapter 10
O amor não é
uma obrigação
Quando existe amor, não existe obrigação.
Quando você ama sua esposa, compartilha todas as coisas com
ela
– sua propriedade, seu problema, sua angústia, sua alegria.
Você não domina.
Você não é o homem e ela a mulher para ser usada e posta de
lado,
uma espécie de máquina de procriar para levar o seu nome.
Quando existe amor, a palavra obrigação desaparece.
É o homem sem amor no coração que fala de direitos e
obrigações,
e neste país obrigações e direitos tomaram o lugar do amor.
Regulamentos se tornaram mais importantes que o calor da afeição.
Quando existe amor, o problema é simples;
quando não existe amor, o problema se torna complexo.
Quando um homem ama sua mulher e seus filhos,
ele não pode possivelmente pensar em termos de obrigação e
direitos.
Senhores examinem seus próprios corações e mentes.
Eu sei que vocês riem disto;
esse é um dos truques dos descuidados, rir de uma coisa e
deixar de lado.
Sua esposa não compartilha sua responsabilidade,
sua esposa não
compartilha sua propriedade,
ela não tem a metade de tudo que você tem porque
você considera a mulher menos do que você mesmo,
alguma coisa para ser guardada
e ser usada sexualmente segundo sua conveniência quando seu apetite exige.
Então vocês inventaram as palavras direitos e obrigações;
e quando a mulher se rebela, você joga estas palavras contra
ela.
É uma sociedade estática, uma sociedade deteriorada, que fala
de obrigação e direitos.
Se vocês realmente examinarem seus corações e mentes,
descobrirão que não têm amor.
-J. Krishnamurti, The Book of Life-
“... É imperioso amardes, ainda, a “vossa Terra”,
orbe que vos acolhe as almas em peregrinação para a vossa ascensão!
Mas não é meritório amardes a inconsequência de vosso descrédito à
importância das obras que se referem à coletividade,
dando prioridade somente aos interesses individualistas de vossos egos
equivocados,
em busca de inócua autovalorização espiritual!...
... Não deveis amar a distração de confundirdes
o que é real do que é
fantasioso,
o que é lógico do que é incoerente,
o que é puro do que é ardiloso!...
... É fundamental amar a “transcendência”,
em todos os seus matizes,
através de inúmeros recursos atuais que vos conduzem à iluminação
espiritual.
Todavia, amar a “fantasia”,
construindo pontes falsas de libertação espiritual,
é mero descuido, e perigoso, de vossas almas já conscientes e
despertadas...
... O alvitre do “Amor” é uma necessidade urgente dos seres humanos,
para que possam dar demonstração do quanto suas almas podem qualificar-se em
méritos de alcance prático e verdadeiro, na vida dos seus companheiros de
jornada na Terra.
Mas o Amor pelos vossos “egos egocêntricos”,
buscando uma luz efêmera
através de multifárias contemplações de vossas almas artificialmente
iluminadas,
é auto-engodo e pretensiosa visão de que
a Divindade se confundiria com
o brilho falso do vosso ouro de quilate duvidoso,
dando-vos passagem gratuita pelos portais dimensionais de luz e
ascensão!...
... Graduar-se para o retorno à “pátria virginal do espírito”
exige currículo satisfatório!...
... Não vos confundis, muitos de vós,
com as esquálidas condições que tendes arregimentado no imo da vossa
alma,
como se toda a “virtude” ali já houvesse nascido e frutificado!...
... Deveis amar a “operosidade” e não a inércia,
mas, antes estar de mãos vazias e descanso providencial,
do que plantar sementes que criarão raízes de substância amarga,
manifestando-se, posteriormente,
como ervas daninhas que envenenam os irmãos desavisados do caminho,
embevecidos com aparências ilusórias de beatitudes ou benefícios de tantas
opções de caminhos fáceis de evolução!...
... De nada adiantarão palavras ocas e obras impalpáveis, bagagens
ilusórias e mãos vazias,
na senda do “Retorno” a que estais vos atirando,
muitos como seres esfomeados de uma luz que ainda não conquistastes!...
... “Luz” e “Amor” são resultados de batalhas duras e verdadeiras no
campo da auto-superação!
Convoco-vos ao “Amor Autêntico”!
Convoco-vos a uma análise de tudo quanto tendes classificado como
conquistas da alma e que ainda carecem de solidez e pureza!
Alma nenhuma ascenderá sem ter verdadeiramente conquistado os atributos
divinos do “Amor” e da “Compaixão”!...
... Estais em busca de “Ascensão” como se fora esta um exercício de
academias terrenas!
“Ascensão” é graduação plena!
“Ascensão” é consequência natural de preparo ininterrupto do ser,
após transpostos testes e desafios de caráter,
de índole, de bom senso, de prudência, de sabedoria,
de altruísmo, de racionalidade, de pureza, de compaixão,
de solidariedade e de concretizações do “Amor Sublime”!...
... O “conceito” humano de “Amor” ainda tem sido vago e inoperante na
Terra.
Nossa função,
neste momento cósmico de transição planetária
é a de
tornarmos visível este “desinteressante amor”, para muitos, como uma “realidade
de eventos palpáveis na vida dos seres humanos”!...
... “Amar” é proeza divina que existe, em plenitude,
apenas em almas
realmente ascensas, após éons de qualificação meritória!...”
-Mestra Nada-
Sem me reconhecer “formatado”,
dando passos que seguem a uma conceituação
de “certo e errado”, de feio e bonito, de
dever/obrigação,
de “salvação”/pecado;
amarrado sem compreender e aceitar que este momento é único,
tanto individualmente como planetário,
sem aceitar a responsabilidade individual sobre o passos
(incluindo a minha sobre os meus próprios),
me manterei nos “desvios” do caminho
ou sem nem saber em qual rumo estou seguindo.
Não podendo viver a liberdade e comunhão
que é fruto do AMOR.
ArqueiroHur