Postagem original aqui, em 11.02.2012
"Minhas projeções...Minhas vontades"
Eu sempre quis muita coisa, sempre planejei ter e fazer muita coisa. No entanto, o que eu quis ou planejei ter e fazer (sempre) me fugiu... Nunca nada aconteceu exatamente do jeito que eu queria ou planejava... Mas eu ali, sempre “querendo” que “o meu querer” prevalecesse e se realizasse... Como isso não acontecia, vinham as frustrações, a revolta, o desânimo, o sentimento de impotência, as reclamações...
Meu sentimento muitas vezes era que Deus havia se esquecido de mim (eu que era tão boa, tão solidária, tão generosa... haveria de receber algo em troca: meus projetos e meu querer realizados). Outras vezes, me resignava e conformava, dizia a mim mesma que o que era meu viria no tempo certo... (afinal tinha o merecimento).
Minha necessidade, meu querer e desejo sempre foram mais importantes, ainda que não admitisse. Por isso importava a mim, vê-los realizados, não aos outros. Também não me importavam os outros... Ah! Ainda agora, escrevendo sobre isso, digo a mim mesma que não era assim; eu não era nem sou egoísta assim... Mas, quando foi que não quis “impor” meu querer? Quando foi que não fiz planos e fiz de tudo para vê-los realizados? Quando foi que aceitei “na boa”, quando algo não saiu ou saia do meu jeito; do jeito que eu queria? Pensei em quem mais, além de mim?...
Penso que com muita gente, se com não toda, acontece assim: seu querer e desejo é que as move, só a isto dá importância, aliás, demasiada importância (vive em função disto).
No entanto, nada do que desejamos ou queremos tem outra natureza senão a material.
Queremos coisas, desejamos coisas, planejamos e empreendemos para ‘ter’ coisas ou ‘condições materiais’ “de” vida... O tão falado “conforto” que, em geral tem por base o supérfluo, nos serve apenas para ostentar...
É isto que verdadeiramente importa e faz sentido?
Não me cabe julgar ninguém. Nem desejo fazê-lo. Importa-me voltar para mim mesma e perguntar, do que isso me serve (serviu) e onde me leva (levou). Cabe-me avaliar para que minhas atitudes me serviram, para onde me levaram, afim de não repeti-las. Cabe-me observar como as coisas se dão, suas consequências, e entender, e aprender...para não repetir.
Sou livre para escolher um caminho, cada um de nós o é. O caminho que faço agora é fruto de minha escolha e do meu entendimento, não do meu querer ou desejo (eu poderia desejá-lo e querê-lo, sem no entanto escolhê-lo... Eu poderia “ceder” a uma imposição, a uma orientação, por medo, por subordinação, e me tornar fanática, segregar, me julgar melhor...). Não é o que faço ou farei...
Sou movida hoje por um entendimento ao qual me atenho e observo. Através dele decido escolher e acolher meu Ser; escolher o que verdadeiramente sou. Afinal, a natureza que determina meu ser desde a origem; desde a criação, não é a material, mas a espiritual, antes de ser matéria sou espírito... Então, não é pela matéria (nem pelo conforto material) que me tornarei “íntegra...” no meu Ser.
Não é o caminho do “ter” que agora escolho...Não é mais o meu desejo e o meu querer que determinam minhas escolhas...
[Usee]