Postagem original aqui, em 20.02.2012
Nossas Cascas... II
Ontem recebi em minha casa uma visita, muito especial, de um serzinho (bebezinho) praticamente puro em sua existência terrena (digo praticamente porque ele ainda não recebeu a carga de formatações que o mundo nos dá).
Sua presença me fez pensar muito em minha (nossa) condição de “humano” neste mundo. Ao mesmo tempo, me fez entender, refletir e, no fim, reconhecer com mais propriedade as “cascas” todas que absorveram e ainda absorve meu (nosso) Ser.
Confesso que no fim do dia fui tomada por uma espécie de “angústia”, por reconhecer-me impotente, suscetível e modificada em minha essência, por não ter podido, por muito tempo, reagir, tomar o caminho do Ser, da Verdade, da Luz (do que verdadeiramente importa e dá sentido a minha existência neste mundo).
Angústia por me dar conta que ainda estou/sou refém desta condição, que ainda fraquejo diante de certas conformações e pensamentos...
Tenho como certo que, num determinado momento de nossa vida aqui, estivemos limpos das aderências, das conformações, das formatações; das “cascas” que (se) grudaram em nós.
Estivemos limpos de crenças, de um modo de pensar, de egoísmos, hipocrisias, cinismos, dogmatismos...,
dos valores todos que nos conduziram até aqui e que, só mais tarde, bem depois de nossa incorporação, passaram a nos marcar e desviar de nosso Ser e do papel primordial (de aprendizado e entendimento) que nos cabe neste mundo.
Por isso, não nos damos conta de que só estando “entregue ao nosso Ser” é que voltamos a experimentar alguma condição de pureza...(até que esta possa ser plena).
Esta entrega não constitui tarefa fácil, exige entendimento, escolha, responsabilidade, implica aprendizado, reconhecimento, desapego...
Implica o abandono daquela condição de ser que nos foi “dada” pelo mundo, pelas vivências, pela conveniência e interesses.
Implica, ainda, que estejamos cientes e conscientes do que nos caber ser, do 'que' e 'como' é preciso ser para estar em consonância com a Luz, com a Verdade...
[Usee]