Muitos vivem se justificando, dizendo que lhes falta coragem para promover qualquer mudança em seus hábitos, para praticar a Verdade que existe e se aponta em si, para se reconhecer...
Mas, será mesmo que “a falta” é de coragem?...
(é inerente a todo “animal”, nasce com ele, assim ele “defende” a si mesmo e a suas crias e busca seu alimento),
sendo a questão exata a ser observada é “onde e quando”, em que propósito ela é aplicada, para qual fim...
Será mesmo?...
Faça um pequeno esforço e se lembre de algumas situações...
Nem “olhou de esguelha” para a prova de um colega, procurando “aquela resposta” que você não sabia, daquela matéria que você "não gostava muito"?...
Ah! Já sei, nestes momentos em que “escondeu algo”, dissimulou ou omitiu os acontecimentos você “tinha” de agir assim, né?!...
Você teve seus “motivos”, aqueles interesses só seus...
E afinal, eram “coisas pequenas”, sem importância...
O quanto que algumas situações “cresceram”, pois, foram “meio que percebidas” por outros?...
Em todos estes momentos, os seus atos foram de coragem, pois, você lá no seu íntimo, sabia que estava contrariando algo ou alguém...
Coragem na sua efetuação, como também na sua manutenção!
O que levaria a condição e conclusão de você perceber que a coragem existe dentro de você e que ela só foi aplicada, nas questões do seu interesse.
Eu “sou” eu quando tenho coragem. Eu “estou” quando tenho coragem. Eu “faço” quando tenho coragem.
Trocadilho ou não, é assim mesmo!
Porque é arriscado estar “aberto” diante dos outros.
É exposição demasiada assumir-nos, ali, onde somos mais frágeis:
no nosso medo de ser.
Escondemos nosso ser por trás da inverdade e rolamos a bola de neve indefinidamente. Ser verdadeiro pesa, sinceridade pesa, frontalidade pesa.
Temos medo do quê, para ser verdadeiramente o que é preciso ser; para sermos verdadeiros?
“Viver é arriscado”.
Mas é um risco a se correr com bravura, dia após dia, até que não nos caiba mais fazê-lo.
É difícil estar aqui, diante da existência, diante do outro?
Claro!
Mas como passar pela vida sozinhos?
Em função do que ou de quem fazemos o que temos ou precisamos fazer, agimos como é preciso e temos que agir?
E esta implica risco, perigo, medo, obstáculo.
Implica também (virtudes) bravura, determinação, superação.
A força que nos pode impulsionar, e que impulsiona, a bravura, determinação e superação só nós podemos ter (e é uma questão de ser – ou não ser).
Mas não!
Deixamos incidir e ser determinante sobre nós o externo (risco, perigo, medo, obstáculo).
É por isso que nos escondemos (de nós mesmos e dos outros), evitamos (ser e estar) fazer, agir, e fugimos.
Afinal, é mais fácil fugir.