Memória?..., alma?..., e o que é imortal?
É muito comum, corriqueiro mesmo, escutarmos,
lermos
e até repetirmos sobre:
“a alma
imortal.”
Sempre considerando
(pois assim fomos levados a crer e a seguir,
pelos conceitos e dogmas religiosos),
que a alma
é o mesmo que o espírito,
que o eu
superior, que o SER...
Mas, antes de tentarmos obter um entendimento
diferente do formato existente e difundido,
vamos observar a memória e a alma:
Podemos entender a memória como sendo um
compartimento
no cérebro (físico) ou na mente (energia),
onde ficam guardadas todas as lembranças do que
vivenciamos nesta passagem, sejam:
“dores”, “ensinamentos”, “alegrias”, “tropeções”
e etc., etc., e etc.?...
“A memória é a capacidade de adquirir
(aquisição), armazenar (consolidação)
e recuperar (evocar) informações disponíveis,
seja internamente, no cérebro (memória
biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória
artificial).
A memória focaliza coisas específicas, requer grande quantidade
de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços
de memória e conhecimentos a fim de gerar novas ideias, ajudando a tomar
decisões diárias.
Os neurocientistas (psiquiatras, psicólogos e neurologistas)
distinguem memória declarativa de memória
não-declarativa. A memória declarativa, grosso
modo, armazena o saber que algo se deu, e a memória
não-declarativa o como isto se deu...”
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Se fizermos uma ilustração com um computador,
veremos bem a memória como este “compartimento”
onde tudo, absolutamente tudo,
fica registrado ou “guardado”.
Sobre a alma,
nos textos: “Conheça-se
para poder se cuidar, I e II”,
e no “O
querer Ser, não quer dizer SER, é preciso saber SER.”,
são fornecidas algumas orientações sobre a
nossa constituição,
que talvez possam ter auxiliado no seu
entendimento.
... Contudo, você consegue perceber alguma
semelhança entre:
a memória
e a alma?
Vejamos:
a alma não é algo deste plano, que retêm todas
as experiências nossas aqui, por cada
uma das passagens que tivemos neste plano,
incluindo esta?
Não é nela que fica “retido” tudo o que não tem
relação com o processo evolutivo, do TODO e com as tarefas relativas a este,
o que não acrescenta ao nosso crescer, que esta
vinculado ao
nossos
desejos/vontades e interesses?
Não é pela alma que acabamos tendo a sensação
de “dejá vu”,
de já termos vivido a situação,
que alimenta o medo ou o anseio pela sua
repetição;
Não é ela, também, que nos trouxe uma certa
adaptação/facilidade sobre certas línguas ou matérias do currículo escolar?
Pois é...
A memória
e a alma possuem a mesma natureza,
que é a
da recordação.
Mantendo a “ilustração” quanto ao computador:
enquanto a memória refere-se a um aparelho
(pc, notebook...) da encarnação atual;
a alma seria uma "rede de computadores"
(contendo as várias passagens),
onde, todos nesta rede estão interligados e
tendo
a influência/interferência dos outros.
Ou seja:
o “vírus” adquirido hoje, pode interpor-se no
processo,
atrasando-o, por afetar a "rede";
como, hoje também, pode-se “limpar” as
ocorrências/vírus
de "outras passagens" .
Isto, além destas “outras passagens” estarem
sempre dando seus pitacos, intrometendo-se nesta memória atual pela conexão via "rede".
E agora, o que é imortal?
Para que você possa responder,
é necessário que você tenha compreendido a
“função da alma”
e assim tenha aceitado, pertencer ela a esta
dimensão/plano,
pela baixa vibração que ela acumula/“guarda”.
Podendo, você, desta forma, se desvincular do
formato imposto
pelos conceitos sociais da sombra.
Vamos “ver” o que Krishnamurti nos diz a este respeito da
imortalidade e da alma:
Existe tal coisa como uma alma?
Assim, para compreender esta questão da morte,
devemos nos livrar do medo,
que inventa as várias teorias de pós vida ou imortalidade ou
reencarnação.
Então dizemos, os orientais dizem, que existe reencarnação,
há um renascimento,
uma constante renovação acontecendo na alma,
a chamada alma.
Agora, por favor, ouça com cuidado.
Existe tal coisa?
Gostamos de pensar que existe, pois isto nos dá prazer,
pois isso é uma coisa que colocamos fora do pensamento,
fora das palavras, fora;
é alguma coisa eterna, espiritual que não pode morrer
e, por isso, o pensamento se prende a ela.
Mas existe tal coisa, como uma alma,
que é uma coisa fora do tempo,
fora do pensamento,
uma coisa não inventada pelo homem,
uma coisa que está além da natureza do homem,
que não foi reunida pela mente astuciosa?
Porque a mente vê a enorme incerteza, confusão,
nada permanente na vida, nada.
Sua relação com sua esposa, seu marido, seu trabalho,
nada é permanente.
E então a mente inventa uma coisa que é permanente, que ela chama a
alma.
Mas desde que a mente pode pensar nela,
o pensamento pode pensar nela;
como o pensamento pode pensar nela,
ela está ainda no campo do tempo, naturalmente.
Se eu posso pensar em alguma coisa, isto faz parte de meu pensamento.
E
meu pensamento é o resultado do tempo, da experiência, do conhecimento.
Então, a alma está ainda dentro do campo do tempo.
Então a ideia de uma continuidade de uma alma que
renascerá vezes e vezes novamente
não tem significado porque é invenção da mente que tem medo,
da mente que quer, que busca duração pela permanência,
que quer certeza, porque nisso existe esperança.
Antes de dar seguimento na questão do que é imortal,
farei uma observação quanto a fala/entendimento de Krishnamurti,
pois a
alma não é fruto do querer/vontade ou desejo humano pura e simplesmente;
mas,
fez-se necessária a sua constituição/existência, diante da condição a que a
humanidade se permitiu e se entregou, de ignorância/véus por este querer e ou
desejos,
para
que as questões daqui (desta dimensão e condição) permanecessem aqui, sem
afetar diretamente ao SER e ao TODO/Universo Evolutivo.
E, esta observação, não contradiz ou desdiz a
colocação de Krishnamurti,
quanto a não eternidade/imortalidade da alma.
Nem, tampouco, quanto a não haver renovação/renascimento nela;
uma vez que, enquanto não possuirmos a consciência
devida de sermos energia e assumirmos a
eternidade do SER, rompendo com a ilusão/sombra,
nos manteremos no ciclo de repetições, somente inserindo
“vírus e mais vírus” ou “programas obsoletos” em nossa alma, sem nenhum real renascimento.
Sujeitos e “entregues” à Lei do Karma, que só se
finda, ou é superada pela consciência que
repele as repetições e permite a “limpeza”, pelo entendimento, das marcas e
traumas “vividos e guardados na memória/alma”.
E devemos ter, também, a percepção de que Krishnamurti procura nos chamar à atenção quanto aos "conceitos/dogmas religiosos" que alimentam/propagam a ilusão e a ignorância.
Agora, respondendo a pergunta:
o que é
imortal é a LUZ, o SER, o TODO!
Pois, sendo o Universo Evolutivo,
toda a forma de ignorância/sombra tende à
evoluir em alguma momento,
ou a deteriorar-se, consumir-se em si mesma,
sendo, posteriormente, de um jeito ou de outro,
absorvida
pelo TODO.
ArqueiroHur
ps: quanto a fala de Sócrates, que afirmou:
“-Sou minha alma imortal.”
Devemos não só levar em consideração que tal
“atribuição” da fala é uma transcrição, que varia de acordo com o entendimento
individual ou mesmo interesse de quem a está processando
(podendo ser muito diferente da original),
como também, que certas palavras eram utilizadas de
forma a dar o entendimento à maioria
(assim como hoje, com as gírias ou "falas regionalizadas"),
respeitando o estágio/nível com o qual se está lidando/convivendo.
Ex: “Elias e
Enoc fugiram para o céu, em um
carro/carruagem de fogo”.
Onde hoje diríamos: em um foguete, ao invés de carro/carruagem;
tendo o parâmetro dos foguetes da NASA, que deixam marcas no céu com "seu
rabo de fogo" das turbinas.
Uma vez que, embora não possa afirmar, não creio que Sócrates não obtivesse este entendimento quanto a alma e o SER,
por esta constituição dos corpos humanos se processar desde a
famosa “queda dos anjos” ou de quando a humanidade aceitou o
véu da sombra/ignorância,
tornando-se egoísta, apartado do SER e do TODO.