Postagem original, em 02.08.2014
MOLDES
Em tudo o que realizamos, fazemos e pensamos,
temos um molde, um modelo como “espelho”.
Seja para idolatrá-lo ou para refutá-lo.
Para deseja-lo ou negá-lo,
para segui-lo ou evitá-lo,
lá está este molde como padrão.
Seja para “um deus” com uma benevolência ímpar
(que a mim e aos meus tudo permite e “dá”,
mas que ignora o que se passa no “submundo” das grandes cidades ou nos países “menos
favorecidos”),
ou para o objetivo do que “ter e ser”
e do que fugir/evitar e condenar,
lá está o molde a “nos guiar”.
Um molde de como se portar
e um outro do que não efetuar.
Um molde para o que ansiar
e um outro para o de que se esquivar...
Observemos estas palavras:
Evolução humana
Devemos conhecer a embriaguez para conhecer a sobriedade?
Devemos passar pelo ódio a fim de saber o que é ser compassivo?
Temos que passar por guerras, destruir a nós e aos outros,
para saber o que é paz?
Certamente este é um modo de pensar totalmente falso, não é?
Primeiro você admite que existe evolução, crescimento,
um movimento do mau para o bom,
e aí você ajusta seu pensar nesse padrão.
Obviamente, existe crescimento físico,
a plantinha se tornando uma grande árvore;
existe progresso tecnológico,
a roda evoluindo através dos séculos para o avião a jato.
Mas existe progresso psicológico, evolução?
É isso que estamos discutindo,
se existe um crescimento, uma evolução do “eu”,
começando com o mal e chegando ao bem.
Através de um processo de evolução, através do tempo, pode o “eu”, que é
o centro do mal, se tornar nobre, bom?
Obviamente, não.
Aquilo que é mal, o “eu” psicológico permanecerá sempre mal.
Mas nós não queremos enfrentar isso.
Consideramos que através do processo de tempo, através de crescimento e
mudança, o “eu” se tornará, finalmente, realidade.
Esta é nossa esperança, esse é nosso anseio
– que o “eu” se tornará perfeito com o tempo.
O que é este “eu”, este “meu”?
Ele é um nome, uma forma, um fardo de memórias, esperanças, frustrações,
anseios, dores, sofrimentos, alegrias passageiras.
Queremos que este “eu” prossiga e se torne perfeito,
e, assim, dizemos que além do “eu” existe um “super eu”, um ego
superior, uma entidade espiritual que é eterna,
mas, desde que pensamos nela, essa entidade “espiritual” está ainda no
campo do pensamento, não está?
Se podemos pensar nela, ela está, obviamente, dentro do campo de nosso
raciocínio.
Devemos compreender e aceitar que estamos num “mundo formatado”,
em que, seja pelo o que socialmente é dito ou imposto
(com leis, costumes, “funções” e etc.),
pela “educação” ou religiosidade,
tudo é fruto desta formatação,
seguindo assim, à um molde pré-estabelecido,
onde, como nos exemplifica Krishnamurti,
comportamentos, conduta e passos devem ser os mesmos dos
“ditos” e apontados “por alguém” como os devidos.
... É por aí que temos e vivemos
o “amor” permissivo, possessivo e pernicioso,
a igualde unilateral e a justiça
dos interesses,
entre outras contradições que ‘podemos observar’/SENTIR.
Mas, quem pode e deve reconhecer os moldes a que
sigo/sirvo?
Onde se encontra o
rever que liberta quando meus olhos e atenção estão voltados, presos aos
caminhos alheios?
Será que devo ser um mártir como Joana D’arc, entre
tantos outros,
tomar cicuta como Sócrates ou ser crucificado como Jesus;
ficar "nesta posição" durante tantas horas, jejuar por "x" dias,
proferir tais palavras "n" vezes...,
para encontrar a mim mesmo, a “minha iluminação”?
Se for pelos moldes, tenho de 'me encaixar' em alguma das
questões que a história/mundo nos fornece.
Mas, NÃO!...
Não tenho que ser
um clarividente, um médium, um vidente ou canalizador, um paranormal...,
não tenho de fazer parte disto ou daquilo,
de integrar aquele grupo, inserido naquela facção e etc.;
nem de ser e estar enquadrado nesta ou naquela situação/condição,
com esta ou aquela "ferramenta"
para perceber e
SENTIR a energia e o TODO,
e ter atitudes conscientes e condizentes com a Evolução/LUZ.
Que cada um se permita à que o Seu SER revele e seja
o “seu espelho”, o seu molde.
ArqueiroHur