Postagem original, em 05.03.2014
Considerações
sobre o caminho do Amor – III,
as carências
Como podemos pretender nos dirigir a algum lugar/destino,
se nem ao menos sabemos em que direção ele está,
sem saber se é “ao norte ou ao sul” que devo me
direcionar,
considerando-me, pela soberba ou porque assim foi dito,
já no caminho devido?
“... Se
desejais “Ascensão”, buscai, em primeira instância,
“não amar” a
vossa própria ilusão de que “Amais”!...”
-Mestra Nada-
Não conhecemos
o amor
Nosso problema é, não é,
que nossas vidas são vazias, e não conhecemos o amor;
conhecemos sensações, conhecemos publicidade,
conhecemos demandas sexuais,
mas não existe amor.
E como este vazio vai ser transformado,
como a pessoa vai encontrar essa chama sem fumaça?
Certamente, essa é a questão, não é?
-J. Krishnamurti, On
love and loneliness, First Talk in Bombay 1950-
Sim!..., é necessário,
antes de darmos (ou continuarmos a dar) passos a esmo,
que reconheçamos nossa localização/estado para
produzirmos nossos esforços (passos), no rumo devido.
Por que há
este eterno desejar ser amado?
Por que há este eterno desejar ser amado?
Ouça cuidadosamente.
Você quer ser amado porque você não ama,
mas no momento em que ama, está acabado,
você não fica mais inquirindo se alguém ama você ou não.
Enquanto você demanda ser amado, não existe amor em você;
e se você não sente amor, você é feio, bruto, então por que
seria amado?
Sem amor você é uma coisa morta e quando a coisa morta pede
amor,
ela está ainda morta.
Ao passo que, se seu coração está pleno de amor,
então você nunca pedirá para ser amado,
você nunca estenderá sua tigela para alguém enchê-la.
Só o vazio pede para ser preenchido,
e um coração vazio nunca é preenchido correndo atrás de
gurus
ou buscando amor de centenas de outras formas.
-J. Krishnamurti, Think
On These Things-
O amor não é
uma coisa para ser usada
Você pode ocultar o vazio sob a palavra “amor”,
mas quando o objeto de seu amor não está mais lá ou não
responde,
então você fica cônscio do vazio, você fica frustrado.
Nós usamos a palavra “amor” como um meio de fugir de nós
mesmos,
de nossa própria deficiência.
Nós nos agarramos em quem amamos, somos ciumentos,
sentimos a falta dele quando ele não está ali
e ficamos completamente perdidos quando ele morre;
e, então, buscamos conforto em alguma outra forma,
em alguma crença, em algum substituto.
Tudo isto é amor?
Amor não é uma ideia, o resultado de associação;
amor não é uma coisa para ser usada como fuga de nossa
própria infelicidade
e, quando o usamos assim, criamos problemas que não têm
soluções.
-J. Krishnamurti, Commentaries on Living
Series I Chapter 42 Loneliness-
A totalidade
do sentimento
O que é sentimento?
Sentimento é como pensamento.
Sentimento é uma sensação.
Eu vejo uma flor e reajo a ela, gosto ou não gosto dela.
O gostar e o desgostar é ditado pelo meu pensamento,
e o pensamento é a resposta do substrato da memória.
Então digo, “eu gosto dessa flor”, “eu gosto desse
sentimento”
ou “eu não gosto desse sentimento”.
Agora, o amor está relacionado ao sentimento?
Sentimento é sensação,
obviamente, sensação de gostar ou não gostar,
de bom e mau, de bom gosto e todo o resto.
Esse sentimento está relacionado com amor?
Vocês olharam sua rua,
olharam o modo como vivem em suas casas,
como sentam, como falam?
E notaram todos os santos que vocês adoram?
Para eles paixão é sexo, e portanto eles negam a paixão,
portanto negam a beleza, negam no sentido de deixar de lado.
Assim, com a sensação vocês deixaram de lado o amor porque
dizem,
“a sensação me fará prisioneiro, serei um escravo de
desejo-sexo, então tenho que extirpar isso”.
Assim, tornaram o sexo um problema imenso.
Quando vocês compreenderem o sentimento completamente,
não parcialmente,
quando tiverem realmente compreendido a totalidade do
sentimento, então saberão o que o amor é.
Quando você pode ver a beleza de uma árvore,
quando pode ver a beleza de um sorriso,
quando pode ver a beleza do sol poente por trás dos muros de
sua cidade,
ver totalmente, então você saberá o que o amor é.
-J. Krishnamurti, The
Book of Life-
“... “Amar” é
imprescindível,
mas não na
medida exaltada de vos tirar a razão sobre aquilo que é valoroso,
em contramão
ao que se projeta para vossas distraídas concepções do que seja realmente
concreto e substancial!...
... Amar a “boa intenção” de compartilhar experiências e conhecimentos
é grande passo em busca do despojamento de vaidades e de glórias
individualistas!
Mas, deveis amar, antes disso, a “autenticidade” deste propósito,
antes que venha, por ele,
a imposição de vossas modalidades de pensar e agir,
como se, de um trono de poder estivésseis a erigir um templo fictício,
promulgando que almas escravizadas devam se ajoelhar
diante de vossa insana capacidade de sobrepor-se às conquistas próprias,
muitas vezes mais valiosas, de tantos seres irmãos nas experiências da
Terra!...
... Quando falamos em “Amor”, em “Raio de Amor”,
em “Amor” como meta da Criação para todos os seres criados,
referímo-nos ao “Amor” que é como um cristal transparente e sólido.
Deveis amar a “vossa alma” mais do que os “artifícios” que ela cria para se
justificar indebitamente
ou se livrar de injunções próprias da natureza humana,
mascarando suas reais disposições de personalidade e merecimentos!
Deveis buscar ser sólidos como este cristal
e tão transparentes e puros quanto possível,
para pretenderdes a honra da “Misericórdia Divina” sobre vossas
incongruências evolutivas,
diante da fatalidade dos acontecimentos planetários que estão por vir!...
... Deveis
“amar-vos mais” do que vos tendes amado!
Tendes
buscado o Amor por vossa “fuga antecipada” das plagas terrenas e do aprendizado
imprescindível que ainda está acontecendo,
que é o que
tendes vindo buscar no reino da dualidade!...”
-Mestra Nada-
Sem observar as minhas carências para poder sana-las,
negando a possessividade, o controle e o interesse
escondidos e
disfarçados nos meus atos;
continuarei alavancando as atitudes fincadas por eles,
entregando-me aos momentos e prazeres para suprir
“minha solidão”,
alimentando esta carência e separação em mim.
ArqueiroHur