Postagem original, em 09.07.2015
O propósito precisa ser
fluido.
A LUZ é livre
e a liberdade está na LUZ.
Quando meu
olhar, meu pensamento, minhas ações,
minha fala
e atos, meu propósito,
estão
voltados para um ponto, focados numa questão
e
direcionados para um objetivo que criei/idealizei/desejei;
consigo
observar ao TODO,
perceber o
que se passa ao meu redor
(as vibrações,
os “recados”, as intenções, as manipulações e etc.)?...
E sem esta
percepção do redor/TODO,
em que
sintonia/vibração me encontro?...
Permito-me
às ações da LUZ
ou estou
entregue e fixo às minhas considerações?...
É certo
que se deve ter o propósito e a
determinação
de
despertar e crescer.
Porém ele
deve ser fluido pela permissão e entrega,
e leve,
sem a obrigação ou rigidez de se 'ser algo';
sendo
conduzido pelo entendimento/consciência e não por conceitos e dogmas.
Não posso
fixar “metas” como:
- “Vou
alcançar tal degrau, nível ou estágio”;
- “Serei
isto ou aquilo (terapeuta, ‘mestre’, orientador...);
- “Amanhã
estarei realizando um compromisso pela luz”;
e tantas
outras mais...,
onde
simplesmente, pelo controle e indução,
sacramento
e espero um resultado dentro da minha
ilusão e prepotência.
Ignoro
totalmente a Vontade, o Poder e a Ordem Divina
com estas
“metas traçadas”.
Desprezo o
SENTIR e todos os apontamentos/orientações
do
Universo Evolutivo,
além de
não perceber as energias vigentes (minha e a do externo).
Na LUZ,
nada é igual nem se repete
(pessoas,
nível/estágio; situação/momento...).
Se a LUZ é
movimento/ação,
posso
realmente acreditar que o meu propósito de evoluir
deve
seguir à algo pré-determinado,
a algum “esquema
estipulado” e dito infalível?...
Não!
A LUZ atua
sempre de acordo com o momento/situação,
com a
percepção e respeito ao estágio/nível e vibração/intenção atuantes;
realizando
o que for necessário para restaurar a Ordem Divina
e
implantar o Seu plano,
portanto,
sendo fluida, leve e livre para esta realização.
Se o propósito
puder estar contido em regras, estipulado e medido,
fechado
hermeticamente em “caixinhas” de dogmas ou conceitos,
ele está negando a
LUZ e ao Universo Evolutivo.
Deixo um
“questionamento”:
Quem, em “sã-consciência”
hoje, pode dizer que “era previsto”
por quem quer que
seja aqui encarnado até a metade do século passado (até a década de 50)*,
que estaríamos nós,
neste período/momento atual
vivendo sob tantos
efeitos/influências de manipulações:
- energéticas
(técnicas mentais, aparelhos eletroeletrônicos...),
- alterações em
tudo o que consumimos fisicamente
(genética,
química...),
seja nos alimentos,
na água e no ar;
além de alterações
no próprio corpo e em como procriar
(implantes,
cirurgias plásticas e “corretivas”, inseminações artificiais, “barrigas de
aluguel”, ‘proveta’ e por aí a fora),
ou seja, nos princípios da vida/existência aqui?...
Que o princípio
evolutivo (da eternidade do SER) seria ‘esquecido’, deixado de lado, por tantos
outros que pregam e aplicam o imediatismo,
como visto por aí
com estas e outras afirmativas:
- “a vida é uma só”;
- “não busque ser perfeito, mas sim ser feliz”...,
- “o universo conspira a meu favor e desta feita compactua com os meus desejos”...
A LUZ não vai ser (nem
é) do jeito que eu quero,
não vai estar aonde
e quando eu quero,
não vai se
aparentar do jeito que eu quero
e nem realizar o
que eu quero.
O que você pensa,
imagina, supõe poder controlar
(situações,
pessoas...),
é o que em verdade
lhe amarra, prende
e lhe mantêm sob controle.
Pois, o “doce gosto
do poder” somente fortalece a sombra
e suas artimanhas.
ArqueiroHur
*Em “ASSIM FALAVA
ZARATUSTRA”, conforme reprodução de parte abaixo, FREDERICO NIETZSCHE dava-nos somente uma ideia do que poderia
“estar por vir”. Pois, “certas escolhas da humanidade”, de nossos governantes,
permitiram que houvesse em cerca de 30 anos uma modificação radical na
superfície do planeta, onde se perverteu todo o sentido da humanidade sobre ela
(Terra).
Mas,
pergunte-se se ele, Nietzsche, conforme ele mesmo “previu”, foi ou é
compreendido e ou ‘aceito’?
A
“sã-consciência” seguiu e segue pelo rumo que Nietzsche qualificou como “último
homem”, ignorando a Criação e Suas Leis, a Mãe Terra e ao TODO.
Rodeada
e entregue a conceitos e dogmas, a “sã-consciência” tornou-se ‘restrita’ e
interesseira.
Então,
‘são raros’ os que hoje puderam/podem perceber os ‘movimentos que estão
ocorrendo na superfície da Mãe Terra’. Já que, para tanto, teve/há de haver em primeiro lugar, a percepção do próprio
movimento em si mesmo (o seu reconhecimento).
V
... Pronunciadas
estas palavras, Zaratustra tornou a olhar o povo, e calou-se.
“Riem-se — disse o seu
coração.
— Não me
compreendem;
a minha boca não é a
boca que estes ouvidos necessitam.
Terei que principiar
por lhes destruir os ouvidos para que aprendam a ouvir com os olhos?
Terei que atroar à
maneira de timbales ou de pregadores de Quaresma? Ou só acreditarão nos gagos?
De qualquer coisa se
sentem orgulhosos.
Como se chama então,
isso de que estão orgulhosos?
Chama-se
civilização:
é o que se distingue
dos cabreiros.
Isto, porém, não
gostam eles de ouvir,
porque os ofende a
palavra “desdém”.
Falar-lhes-ei,
portanto, ao orgulho.
Falar-lhes-ei do
mais desprezível que existe,
do último
homem.”
E Zaratustra falava
assim ao povo:
“É tempo que o homem
tenha um objetivo.
É tempo que o homem
cultive o germe da sua mais elevada esperança.
O seu solo é ainda
bastante rico, mas será pobre, e nele já não poderá medrar nenhuma árvore alta.
Ai! Aproxima-se o
tempo em que o homem já não lançará por sobre o homem a seta do seu ardente
desejo
e em que as cordas
do seu arco já não poderão vibrar.
Eu vo-lo digo:
é preciso ter um
caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante.
Eu vo-lo digo:
tendes ainda um caos
dentro de vós outros.
Ai! Aproxima-se o
tempo em que o homem já não dará a luz às estrelas;
aproxima-se o tempo do mais
desprezível dos homens, do que já se não pode desprezar a si mesmo.
Olhai!
Eu vos mostro
o último homem.”
Que vem a ser isso
de amor, de criação, de ardente desejo, de estrela?
— pergunta o último
homem, revirando os olhos.
“A terra tornar-se-á
então mais pequena,
e sobre ela andará
aos pulos o último homem, que tudo apouca.
A sua raça é
indestrutível como a da pulga;
o último homem é o
que vive mais tempo.”
“Descobrimos a
felicidade”
— dizem os últimos
homens, e piscam os olhos.
“Abandonaram as
comarcas onde a vida era rigorosa,
porque uma pessoa necessita calor.
Ainda se quer ao
vizinho e se roçam pelo outro,
porque uma pessoa necessita calor.
Enfraquecer e
desconfiar parece-lhes pecaminoso;
anda-se com cautela.
Insensato aquele que
ainda tropeça com as pedras e com os homens!
Algum veneno uma vez
por outra, é coisa que proporciona agradáveis sonhos.
E muitos venenos no
fim para morrer agradavelmente.
Trabalha-se ainda
porque o trabalho é uma distração;
mas faz-se de modo
que a distração não debilite.
Já uma pessoa se não
torna nem pobre nem rica;
são duas coisas demasiado difíceis.
Quem quererá ainda
governar?
Quem quererá ainda
obedecer?
São duas coisas
demasiado custosas.
Nenhum pastor, e só
um rebanho!
Todos querem o
mesmo, todos são iguais:
o que pensa de outro
modo vai por seu pé para o manicômio.”
“Noutro tempo toda a
gente era doida”
— dizem os
perspicazes, e reviram os olhos.
"É-se prudente, e
está-se a par do que acontece:
desta maneira
pode-se zombar sem cessar.
Questiona-se ainda,
mas logo se fazem as pazes;
o contrário altera a
digestão.
Não falta um pouco
de prazer para o dia
e um pouco de prazer
para a noite; mas respeita-se a saúde."
“Descobrimos a
felicidade”
— dizem os últimos
homens — e reviram os olhos.
Aqui acabou o primeiro
discurso de Zaratustra,
— que também se
chama preâmbulo —
porque neste ponto
foi interrompido pelos gritos e pelo alvoroço da multidão.
“Dá-nos esse último
homem, Zaratustra
— exclamaram —
torna-nos semelhantes
a esses últimos homens!
Perdoar-te-emos o
Super-homem”.
E todo o povo era
alegria.
Zaratustra entristeceu e disse consigo:
“Não me compreendem;
não.
Não é da minha boca
que estes ouvidos necessitam.
Vivi demais nas
montanhas,
escutei demais os
arroios e as árvores,
e agora falo-lhes
como um pastor.
A minha alma é
sossegada e luminosa como o monte pela manhã;
mas eles julgam que
sou um frio e astuto chocareiro.
Ei-los olhando-me e
rindo-se,
e enquanto se riem,
continuam a odiar-me.
Há gelo nos seus
risos”...
Nota do Arqueiro: o “Super-homem”
citado no final deste capítulo
(e em outros
capítulos do escrito),
é o termo
usado (nome) por Nietzsche, sua designação, para:
SER, Espírito, Eu superior, Essência, mônada
e etc., e não, este
super-homem que nos impuseram e estamos acostumados e desejosos (do 'salvador externo'), dos 'quadrinhos' e filmes.